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Candidata de Macron pela zona eleitoral da América Latina e Caribe critica coligações dos extremos

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Candidata à reeleição para deputada da zona eleitoral América Latina e Caribe, pelo partido Renascimento, a advogada Eléonore Caroit, 38 anos, está bastante habituada à convivência com os latinos, tendo morado e estudado em Santo Domingo, terra de sua mãe, e visitado inúmeras vezes países como Brasil e outros sul-americanos, além disso, os irmãos de Eléonore moram em São Paulo, fato que a faz visitar o Brasil com frequência. A candidata defende sua permanência no cargo diante da polarização entre direita e esquerda da França.

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Éléonore Caroit, candidata a reeleição como deputada pelo Renascimento para a 2ª circunscrição eleitoral (América Latina e Caribe)
Éléonore Caroit, candidata a reeleição como deputada pelo Renascimento para a 2ª circunscrição eleitoral (América Latina e Caribe) © RFI
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A França tem ao todo 11 zonas eleitorais (circunscrições) estrangeiras. A 2ª circunscrição é a que compreende América Latina e Caribe. Nesta fatia de franceses expatriados ou que escolheram viver fora da França, o Brasil tem o segundo maior número de eleitores com cerca de 17 mil inscritos para votar pela França em solo brasileiro. O México tem o maior número, 20.794, e a Argentina tem o terceiro contingente de franceses inscritos, 11.545, segundo dados consulares de 2023. É neste público que a advogada foca seus esforços de campanha, mesmo domiciliada em Paris.

Eléonore Caroit, conversou nos estúdios da RFI sobre a “surpresa” de uma nova campanha - as últimas foram em abril de 2023, quando a advogada foi eleita – e lamentou a guinada à direita nas eleições europeias.

“Eu não esperava ter que voltar a fazer eleições em tão pouco tempo. E também achei uma derrota muito grande, uma decepção para todos ver a extrema direita chegar tão grande, tão forte na votação europeia”, declarou Caroit. 

O tempo de campanha para as eleições legislativas é curto, o 1° turno é em 30 de junho na França, mas para os franceses no exterior a votação é ainda mais cedo e acontecem on-line a partir de terça-feira (25), segue ao longo da semana, e presencialmente nos consulados no sábado, 29 de junho, véspera do pleito na França.

 

O desafio se torna ainda maior para os candidatos aos cargos de representantes para zonas estrangeiras, como Eléonore que considera “muito importante ouvir a voz dos franceses da América Latina no debate francês” e opina que Macron não poderia ter evitado a manobra ao criticar as coligações formadas pelas alas da esquerda e da direita francesas. 

Rivalidades políticas

A macronista acusa “a oposição política de não querer fazer uma oposição sobre as ideias”, mas sobre princípios, e, em seguida, defende a decisão do chefe de Estado usando como argumento as alianças formadas após a dissolução da Assembleia Nacional.

“Eu não achava necessária a dissolução da Assembleia Nacional, mas depois vendo o que aconteceu, a oposição dos Republicanos (direita), por exemplo, com Éric Ciotti, que se aliou com o Reunião Nacional (RN, de extrema direita) e vendo depois que a esquerda, que tinha feito campanhas separadas do (Raphaël) Glucksmann, que criticava muito Jean-Luc Mélenchon (líder do LFI, França Insubmissa, de esquerda radical), e eles voltam a se unir como se nada tivesse acontecido. Eu achei que no final não era possível (para Macron) fazer de outra maneira”, acredita a advogada.

Posicionando-se contra as polêmicas defendidas pela extrema direita de medidas de reforço de regras que dificultem a imigração e a dupla nacionalidade, a política diz considerar-se na mesma intensidade como dominicana e francesa, sendo latina por parte de mãe e vivência na República Dominicana e francesa pelo pai e nascimento. 

Eléonore Caroit acumula ainda a nacionalidade suíça, por via do casamento. Ela acredita que é preciso romper com a narrativa defendida pela extrema direita de que seja preciso escolher uma única pátria. “Isso é um perigo bem forte, mas a extrema esquerda também tem um discurso forte contra os franceses (que vivem) no estrangeiro”, aponta.

Alianças França-América Latina e França-Caribe 

A macronista destacou a importância das instituições de ensino e de acesso à cultura e língua francesas no exterior como um de seus trabalhos primordiais em seu curto mandato, interrompido após pouco mais de um ano como deputada. 

Eléonore também defendeu uma maior proximidade entre Brasil e França. "Como deputada, eu trabalhei muito em reforçar essa relação França-América Latina e França-Brasil, em particular, pois acho que é um bom momento", disse ela, referindo-se ao ano de 2025, que será de temporada de trocas culturais entre a França e o Brasil.

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