Para neutralizar influência crescente da China na América Latina, EUA devem buscar flexibilidade
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Em 2017, o Panamá tomou a decisão de mudar sua lealdade de Taiwan para a China, o que causou reações perplexas em Washington. Isso aconteceu devido ao crescente investimento chinês que o país havia recebido e sua determinação em garantir alianças estratégicas. A China considera Taiwan uma província rebelde e parte de seu território. Pequim pretende recuperar a ilha mesmo que seja pela força.
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O Canal do Panamá é um exemplo perfeito de por que a China valoriza essa parceria, visto que ele é de extrema importância comercial e econômica. O país da América Central não é o único a se aproximar da China recentemente – Nicarágua e Honduras também estão estreitando os laços com a nação asiática. Belize permanece fiel a Taiwan, mas pode mudar de lado em um futuro próximo, apesar do governo local ter reafirmado sua lealdade a Taiwan.
A influência da China na América Latina difere da influência dos Estados Unidos. As propostas chinesas são personalizadas e dinâmicas, colocando soluções acima dos problemas. Este aspecto contrasta com a abordagem americana, que dá prioridade a políticas mais rígidas e consistentes. Apesar de as políticas chinesas estarem longe de serem perfeitas, a abordagem mais flexível e adaptável de Pequim pode ajudar o país a se estabelecer na cena internacional.
Além disso, é importante destacar a diminuição da influência dos Estados Unidos na América Latina. Países como o Brasil e o México estão cada vez mais interessados em expandir sua presença global, o que pode significar olhar para além das parcerias tradicionais com os EUA. Além disso, há crescente ceticismo em relação ao compromisso contínuo dos Estados Unidos com a região.
No entanto, é vital observar que a China ainda não é um parceiro perfeito e que deve ser tomado com cuidado. A história ensinou a importância da diversificação de parceiros para evitar que um único país gere uma dependência desproporcional. Dito isto, a China está fazendo sua presença ser sentida na América Latina e pode representar um desafio significativo para a hegemonia dos Estados Unidos na região.
China tem abordagem diferenciada
É importante ressaltar também que a China está se expandindo em todo o mundo a um ritmo incrível, e sua abordagem diferenciada é atraente para muitos países que desejam tomar decisões mais adaptáveis aos desafios políticos, econômicos e ambientais enfrentados. Isso não significa que devemos ficar despreocupados com as políticas chinesas, mas sim fazer análises cuidadosas e adotar medidas preventivas quando necessárias.
Enquanto os Estados Unidos focam em lidar com problemas urgentes, como a imigração ilegal, a corrupção e o narcotráfico, a China faz uma abordagem diferente, focando em investimentos para expandir sua influência regional. Embora muitas vezes as promessas de investimentos sejam exageradas, para os políticos latino-americanos com mentalidade de curto prazo, a oferta da China pode parecer mais atraente do que se envolver em narrativas conflituosas com os Estados Unidos. No entanto, pode ser benéfico para Washington adotar uma abordagem positiva e propositiva, trabalhando em estreita colaboração com os países da região, a fim de neutralizar o impacto das ações chinesas.
Os EUA devem estar atentos e buscar melhores maneiras de manter sua influência na região de forma mais adaptável. Isso garantirá uma maior diversificação de opções para os países latino-americanos e, consequentemente, um ambiente mais equilibrado para o desenvolvimento e crescimento.
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