Reportagem

25ª edição do Carnaval Tropical de Paris celebra a Amazônia e o Brasil na Champs-Élysées

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Há mais de duas décadas colorindo as ruas da capital francesa, o Carnaval Tropical de Paris voltou a encantar o público neste domingo (6), com um desfile vibrante na icônica Avenida Champs-Élysées. O tema deste ano foi Amazônias, trazendo ao público presente a diversidade cultural que engloba a floresta e a urgência das questões ambientais, em plena temporada de verão europeu.

Há mais de duas décadas colorindo Paris, o evento Carnaval Tropical trouxe neste domingo, 6 de julho, o tema Amazônias e um pouco do Brasil para a Avenida Champs-Elysées.
Há mais de duas décadas colorindo Paris, o evento Carnaval Tropical trouxe neste domingo, 6 de julho, o tema Amazônias e um pouco do Brasil para a Avenida Champs-Elysées. © Luiza Ramos\RFI
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Luiza Ramos, de Paris 

Cerca de 20 grupos participaram do tradicional concurso carnavalesco, inspirado nos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro e São Paulo. Comunidades das Antilhas, Guiana Francesa, América Latina e Caribe se uniram para celebrar a mistura de culturas e reafirmar a importância da preservação ambiental.

A escolha do tema também destaca o papel da Guiana Francesa, território ultramarino francês que compartilha com o Brasil uma vasta área de floresta amazônica. Segundo Joby Garnier, diretor do Carnaval Tropical, a proposta é unir festa e consciência:

“Há 25 anos começamos esse carnaval em Paris com o apoio da prefeita e de muitos amigos. Hoje, celebramos o Ano do Brasil na França diante do Grand Palais e do Petit Palais. A Amazônia é a Guiana, é o Brasil, é tudo isso. Queremos que todas as diásporas participem. Chamamos de carnaval tropical porque é de todos os trópicos — e os parisienses também devem fazer parte disso”, disse

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Além da celebração, Garnier reforça o papel educativo do evento: “Vivemos em um mundo que precisa falar de ecologia. Não podemos oferecer nada sem conscientizar sobre o planeta. Já desperdiçamos tudo o que podíamos e agora precisamos consertar. Esse planeta nos pertence. São pequenos gestos coletivos como a escolha dos figurinos e a abordagem do aquecimento global que fazem a diferença. Fazer carnaval não significa ignorar os problemas. É um problema de todos nós”, afirma o diretor.

O diretor do Carnaval Tropical de Paris, Joby Garnier, posa ao lado do grupo de samba que se apresentou em frente ao Grand Palais, no centro de Paris, neste domingo, 6 de julho.
O diretor do Carnaval Tropical de Paris, Joby Garnier, posa ao lado do grupo de samba que se apresentou em frente ao Grand Palais, no centro de Paris, neste domingo, 6 de julho. © Luiza Ramos\RFI

Nesse contexto, os grupos carnavalescos optaram por materiais sintéticos e reutilizáveis na confecção das fantasias, como explicou o carnavalesco Marcelo Oliveira, da escola de carnaval G.R.E.S Azulinha, a segunda a desfilar na avenida.

 

"Eu venho do Rio de Janeiro todos os anos desde 2022 para trazer nossa cultura nesta grande avenida Champs-Élysées, na cidade de Paris. A gente está usando muitas penas artificiais, para proteção dos animais, o que a gente chama de penas fakes", destacou o artista.

O carnavalesco do Rio de Janeiro, Marcelo Oliveira (à direita de branco), acompanha suas criações da escola de Samba Azulinha, na avenida parisiense, neste domingo.
O carnavalesco do Rio de Janeiro, Marcelo Oliveira (à direita de branco), acompanha suas criações da escola de Samba Azulinha, na avenida parisiense, neste domingo. © Luiza Ramos\RFI

Apesar da chuva fina e dos 18 °C, centenas de espectadores de todas as idades e origens compareceram para prestigiar o espetáculo. Ao longo de três quilômetros e quase cinco horas de desfile, a Champs-Élysées se transformou em um palco tropical, com dançarinos caribenhos, passistas brasileiras e muita música.

Entre os presentes, a marfinense Beatrice Ceri, moradora de Paris há mais de 30 anos, compartilhou seu entusiasmo: “É meu quarto ano acompanhando o desfile. A atmosfera é sempre maravilhosa. A cada edição, há algo novo para descobrir. Eu adoro conhecer novas culturas — e, claro, gostaria muito de conhecer mais da cultura brasileira!”.

O desfile do Carnaval Tropical de Paris 2025 trouxe a temática Amazônias na celebração do ano da Temporada Brasil-França. Na foto, a participante brasileira Joana D'arc, do Brasis, um dos primeiros grupos carnavalescos a desfilar na avenida Champs-Elysées.
O desfile do Carnaval Tropical de Paris 2025 trouxe a temática Amazônias na celebração do ano da Temporada Brasil-França. Na foto, a participante brasileira Joana D'arc, do Brasis, um dos primeiros grupos carnavalescos a desfilar na avenida Champs-Elysées. © Luiza Ramos\RFI

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