Escritor Marco Guimarães lança versão em francês de seu livro 'Meu Pseudônimo e eu'
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Radicado em Paris, o escritor carioca Marco Guimarães lançou recentemente “Mon pseudonyme et moi”, a tradução em francês de seu livro “Meu pseudônimo e eu”, publicado por meio da plataforma Amazon.
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“É uma alegria saber que a obra está se estendendo e sendo divulgada”, comemora o autor, que teve o livro traduzido na Croácia e outros também na Itália e Angola.
A obra, publicada no Brasil em 2011 e finalista no ano seguinte do prêmio Portugal Telecom, foi inspirada nas observações de um professor americano da Universidade de Yale, que o questionou sobre o uso do pseudônimo Paul Lodd ao assinar sua primeira obra, “De escritores, fantasmas e mortos”.
“Eu sempre digo que as cidades nos escolhem, mas naquele momento em que eu começo a escrever, já desde o primeiro livro, eu me senti um pouco exilado no meu próprio país, sabe? Quer dizer, eu estava me sentindo como alguém que tinha que se autorizar a ser a pessoa que não queria ser. Ou seja, havia um descompasso entre o que eu era e o que eu desejava ser”, explica.
“Quando eu começo a me sentir exilado na minha cidade, o Rio de Janeiro, eu crio um mundo imaginário, que se aproxima muito do ficcional, aí eu entro na ficção e escrevo esse livro”, acrescenta.
Ficção e realidade
“Meu pseudônimo e eu” tem como ponto de partida a descoberta de um escritor de que alguém se passa por ele no lançamento do próprio livro, em Paris. Na trama, misturam-se romance, ação, aventura e até elementos metafísicos.
“Nós transformamos um pouco a realidade que vivemos, e quando transformamos a realidade, contamos uma mentira”, resume o autor, um ex-professor aposentado da área de medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Depois de muitos anos de produção de obras acadêmicas, Marco Guimarães, já aposentado, resolveu se dedicar à literatura.
Diversas críticas e resenhas, como as publicadas pela revista Latitudes de Paris, traçam elogios a “Meu Pseudônimo e eu’” e apresentam o livro como um “trabalho entre o estranho e o fantástico”, além de comparar as intrigas com obras que lembram os argentinos Julio Cortázar e Jorge Luis Borges. A obra também é catalogada por especialistas como um “um meta-romance de excelente apresentação da realidade e da ficção” e ainda considerado um “astucioso exercício de laboratório de escritura”. Essas considerações, segundo ele, “são excesso de bondade” por parte dos críticos e leitores.
“Muitas das coisas que colocamos ali e que são vistas pelos leitores, não foram frutos de nossa intencionalidade. Isso é muito impressionante e a parte mais interessante da literatura. Eu acho que o leitor reescreve as nossas obras, com suas tintas de experiência e vivências”, afirma o escritor, que tem como cenário de suas obras um dos bairros mais conhecidos dos brasileiros na capital francesa, o Quartier Latin. Ali também está sendo desenvolvido o seu novo projeto, escrever a continuidade de um de seus dez livros de ficção, “Fantasma de um escritor em Paris”.
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