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Maria Luiza Jobim canta Gainsbourg em Paris e prepara disco com o marido António Zambujo

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Paris foi uma das etapas da turnê europeia da cantora, compositora e produtora Maria Luiza Jobim. Filha mais nova de Tom Jobim, ela estreou nos palcos franceses em 19 de outubro na casa de shows New Morning. Com dois discos lançados, além de uma série de EPs e singles, Maria Luiza prepara um novo álbum, que terá, entre outras canções, "Go go go".

A cantora Maria Luiza Jobim na sala de espetáculos New Morning, em Paris, em 19 de outubro de 2025.
A cantora Maria Luiza Jobim na sala de espetáculos New Morning, em Paris, em 19 de outubro de 2025. © RFI/Miguel Martins
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Miguel Martins, da RFI em Paris

Depois de lançar os discos Casa Branca (2019) e Azul (2023), Maria Luiza Jobim embarcou numa turnê por Portugal, Espanha, França e Inglaterra. Ao lado dela, o novo marido, o cantor português António Zambujo, também subiu ao palco em alguns momentos para dividir canções com a artista.

Após o show no New Morning, Maria Luiza conversou com a RFI e revelou que a turnê é um prenúncio de futuros trabalhos em parceria com Zambujo. Uma das faixas que deve integrar o próximo disco da cantora é "La Javanaise", clássico do francês Serge Gainsbourg, interpretado por ela e Zambujo durante a apresentação. 

Maria Luiza Jobim canta em português e em inglês, idioma no qual foi alfabetizada. Ela costuma lembrar da época em que morou em Nova York, com seus táxis amarelos e arranha-céus que marcaram sua infância.

Nas letras, a artista também se inspira nos pequenos prazeres do dia a dia: os videogames da Nintendo, as séries na Netflix e até os aromas da cozinha, como o da clássica “sopa de letrinhas”.

Sobre o peso do sobrenome Jobim, ela garante que não se sente oprimida pela herança do pai. Hoje, divide a vida entre o Rio de Janeiro e Lisboa, onde mora com o músico português.

Nós temos planos de gravar no meu disco. O António vai participar cantando "La Javanaise", do Serge Gainsbourg. Eu venho de uma família muito musical. Então, é como se fosse uma continuação disso. É muito familiar para mim, natural e gostoso.

Questionada sobre essa nova etapa de sua vida entre o Brasil e Portugal, Maria Luiza Jobim diz que o país europeu “é como uma casa” para ela.

A série de shows que passou pela Península Ibérica, França e Inglaterra tem sido marcada por estreias e emoções. “É a primeira vez que eu toco em Madri, em Paris, em Londres... tem muita novidade!”, contou. “Está sendo muito pessoal também. Emocionante, claro, ter a presença do António comigo.”

Entre línguas e afetos

Sobre seu estilo musical, Maria Luiza prefere não rotular. “Definir a minha música, eu realmente não saberia dizer”, admitiu, rindo. “Para mim é muito natural transitar entre essas duas línguas. Eu vivi muito tempo fora, estudei em escola americana, falo inglês desde muito nova.”

A escolha do idioma, segundo ela, é sempre afetiva. “Não é uma estratégia. É sempre uma escolha. No lugar do afeto mesmo, da expressão e da busca da verdade nas coisas que eu escrevo.”

Apaixonada por línguas e pela cultura francesa, Maria Luiza revelou o carinho especial por Paris. “Eu sou completamente apaixonada por essa cidade. Consumo muito da cultura francesa.” Foi esse fascínio que a levou a regravar “La Javanaise”, de Serge Gainsbourg, em dueto com Zambujo. “Achei que ficaria bonito fazer um dueto com uma voz feminina, mais delicada.”

A artista reconhece o peso e a beleza do legado da obra de Tom Jobim. “Passei muito tempo sem tocar as músicas do meu pai, justamente para conseguir encontrar minha identidade artística.” Hoje, ela se sente mais à vontade. “Eu sinto que também tem muito de mim ali, da minha história.” E cita uma imagem que carrega com carinho: “Minha mãe uma vez falou que é a sombra de uma árvore frondosa. Você vive numa sombra, mas é uma sombra linda. Não é opressora. É uma sombra que inspira.”

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