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UE aprova 19º pacote de sanções contra a Rússia e reafirma apoio à Ucrânia em Bruxelas

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  Os líderes da União Europeia se reuniram nesta quinta-feira (23), em Bruxelas, para mais uma cúpula oficial do Conselho Europeu. O encontro ocorre em um momento de renovada tensão na guerra na Ucrânia e conta com a presença do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, participa de cúpula do Conselho Europeu nesta quinta-feira (23); imagem de arquivo durante coletiva de imprensa em Kiev, na Ucrânia, em 10 de outubro de 2025.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, participa de cúpula do Conselho Europeu nesta quinta-feira (23); imagem de arquivo durante coletiva de imprensa em Kiev, na Ucrânia, em 10 de outubro de 2025. AP - Efrem Lukatsky
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Artur Capuani, correspondente da RFI em Bruxelas

Antes que os debates começassem em Bruxelas, a União Europeia confirmou o 19º pacote de sanções contra a Rússia, reafirmando o compromisso do bloco com Kiev. Zelensky foi o primeiro a falar, iniciando as conversas com os 27 chefes de Estado e de governo do bloco. Desde o início da invasão russa, a cúpula da UE tem aprovado sucessivas medidas de apoio financeiro e militar à Ucrânia e de restrições a Moscou.

A Hungria segue sendo a única voz dissidente no Conselho, com o primeiro-ministro Viktor Orbán, aliado de Vladimir Putin, apresentando seu voto solitário contra as medidas.

“O 19º pacote de sanções contra a Rússia é crucial para nós. O cessar-fogo é possível, mas precisamos de mais pressão sobre a Rússia para que haja um cessar-fogo”, afirmou Zelensky na chegada para a reunião. O presidente ucraniano também confirmou que o Conselho irá negociar mais apoio financeiro e o envio de armas de longo alcance para Kiev.

“Estamos mantendo a pressão sobre o agressor. Pela primeira vez, estamos atingindo o setor de gás da Rússia – o coração de sua economia de guerra. Não cederemos até que o povo da Ucrânia tenha uma paz justa e duradoura”, afirmou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em comunicado.

Na véspera do encontro, a Suécia também assinou um acordo para fornecer até 150 caças Gripen à Ucrânia, com as primeiras entregas previstas para 2026.

A defesa comum também voltou à pauta dos líderes europeus, especialmente após uma série de violações do espaço aéreo por drones não identificados no flanco leste do continente. O Conselho pretende acelerar o plano Prontidão 2030, que busca fortalecer a capacidade militar da UE nos próximos cinco anos, com foco particular na defesa aérea e em mecanismos para enfrentar ataques híbridos.

A carta-convite de António Costa reforça a necessidade de transformar discussões recentes em compromissos concretos, ampliando o papel da Agência Europeia de Defesa e autorizando ministros da Defesa a acompanhar a implementação técnica das medidas.

Competitividade, transição verde e euro digital

A competitividade europeia será outro tema central. Os líderes devem debater formas de simplificar regulações, estimular o investimento em tecnologias verdes e garantir a autonomia digital do continente. A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, e o presidente do Eurogrupo, Paschal Donohoe, participarão de uma sessão dedicada à economia e ao projeto do euro digital, pensado para criar um sistema de pagamentos gratuito e de ampla circulação.

O aumento do custo da habitação na Europa, especialmente para jovens e famílias de classe média, motivou a inclusão do tema na agenda da cúpula. Os líderes vão avaliar o que pode ser feito ao nível europeu para apoiar iniciativas nacionais de moradia acessível.

A migração também será discutida. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apresentará um balanço do novo pacto migratório e das ações previstas para o controle de fronteiras e a solidariedade entre os Estados-membros.

Situação em Gaza

No Oriente Médio, a UE pretende avaliar como apoiar esforços de reconstrução e negociação para uma paz sustentável em Gaza, após dois anos de conflito no território palestino.

Fora da pauta desta vez, o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul teve sua votação adiada. Havia expectativa de que o capítulo final das negociações fosse concluído ainda este ano, o que agora parece improvável.

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