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Após residência artística em Paris, Rodrigo Braga prepara fotolivro e exposições no Brasil

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O artista visual Rodrigo Braga termina neste mês uma residência na Cité des Arts, uma fundação que acolhe talentos do mundo inteiro em Paris. O amazonense, que trabalha sobre relação entre o homem e natureza, avança na constituição de uma obra que fala de questões de meio ambiente e política sem se reivindicar militante. Um projeto de fotolivro a partir de suas produções mais recentes está sendo preparado atualmente.

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Relação do homem com a natureza é o elemento central do projeto "Ponto Zero", do artista brasileiro Rodrigo Braga © Carlos Casteleira / Divulgação
Relação do homem com a natureza é o elemento central do projeto "Ponto Zero", do artista brasileiro Rodrigo Braga © Carlos Casteleira / Divulgação CARLOS CASTELEIRA
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Após ter conquistado os parisienses em 2016 com a exposição Mar Interior, quando invadiu com pedras gigantescas a esplanada do Palais de Tokyo, um dos templos da arte contemporânea europeia, Rodrigo Braga vem construindo uma carreira entre o Brasil, onde nasceu, e a França, onde vive atualmente. Desde 2018, ele desenvolve um trabalho intitulado “Ponto Zero”, no qual utiliza desenhos, fotografias e vídeos para questionar a espécie humana e suas maneiras contraditórias de interagir com seu meio.

“Meu trabalho lidava bastante com a questão da animalidade e da paisagem. Uma paisagem exuberante, muito fértil e muito úmida do Brasil. Mas desde 2016 essa produção vem ficando mais árida e eu venho adentrando em um universo das pedras e da poeira”, resume Braga.

O resultado é uma série de imagens que misturam elementos minerais e naturais, entre troncos e pedras com as quais o artista interage. Mas a natureza exposta por Rodrigo Braga é longe de ser "idílica", como ele mesmo diz. “É sempre uma natureza modificada pelo homem no embate trágico que é viver nesse planeta”, explica.

Filho de biólogos, Braga se defende de ser um militante ecologista e também evita falar explicitamente de política, preferindo “trafegar por um campo mais subjetivo do conteúdo artístico”. No entanto, a dimensão "fim de mundo" de algumas imagens, assim como a temática "direita-esquerda" cada vez mais presente em suas obras, apontam para uma metáfora inevitável das polarizações contemporâneas, que o artista não nega.  

Parte do trabalho produzido durante essa passagem por Paris vai virar um fotolivro publicado na França e no Brasil e elaborado com a pesquisadora e curadora Marcella Marer. O projeto conta com o apoio da Icatu Holding, que o acompanhou na residência artística na Cité des Arts. “Não será um catálogo de fotos ou um livro sobre um fotógrafo. Será uma obra que acontece num livro através de imagens”, detalha.

O artista também expõe este ano no Brasil, com uma mostra prevista em março na galeria Zipper, em São Paulo, na qual o projeto “Ponto Zero” será apresentado. Uma segunda exposição também acontece na galeria Amparo 60, em Recife, e uma terceira está em negociação no Rio de Janeiro.   

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