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Dinamarca lança disciplina sobre saúde mental nas escolas de Copenhague

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A partir de 2026, a disciplina chamada Saúde Mental será aplicada em um projeto-piloto em 50 turmas de 12 instituições de ensino. A proposta é ensinar os alunos a reconhecer e gerenciar emoções. Segundo a Organização Mundial da Saúde, 8% dos jovens dinamarqueses vivem em situação de vulnerabilidade emocional, com risco de depressão e estresse

A prefeitura de Copenhague vai lançar a disciplina sobre saúde mental em várias escolas da capital da Dinamarca. Foto ilustrativa.
A prefeitura de Copenhague vai lançar a disciplina sobre saúde mental em várias escolas da capital da Dinamarca. Foto ilustrativa. AFP - BO AMSTRUP
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Fernanda Melo Larsen, correspondente da RFI em Copenhague

O conteúdo, diferente das aulas tradicionais, é ministrado por psicólogos, e não por professores. Os estudantes aprendem técnicas de respiração, reflexão e discussão em grupo sobre temas como autoestima, redes sociais e ideais de beleza.

“Quando vemos que os jovens de hoje estão mais infelizes do que antes, acredito que é tarefa da escola dar aos jovens habilidades para que eles possam lidar melhor com a vida”, afirma Sisse Marie Welling, secretária de Saúde e Assistência Social de Copenhague.

Uma empresa privada, contratada pela prefeitura de Copenhague, foi encarregada de desenvolver e implementar o curso. O fundador da empresa baseou o projeto em anos de experiência com o ensino e o bem-estar mental de crianças e adolescentes na Dinamarca.

”É crucial que nossos jovens tenham espaço para explorar e refletir sobre o que significa ser humano, ter pensamentos, sentimentos e existir socialmente, e com isso é possível criar bases sólidas para superar as adversidades. O que há de mais difícil na vida sempre pode ser transformado em aprendizado e significado”, explica o psicólogo responsável pelo projeto, Malthe Beck.

Indisciplina e ansiedade

Um novo levantamento internacional revela que os professores dinamarqueses passam, em média, mais de sete minutos de cada aula apenas tentando manter a calma e a ordem em sala. O estudo foi realizado pelo instituto de Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem, Talis, em 55 países.

Os dados mostram que 16% do tempo das aulas é gasto lidando com ruído e comportamentos disruptivos, mais do que em anos anteriores, um número preocupante e que precisa ser acompanhado de perto, afirmou o ministro da Infância e Educação, Mattias Tesfaye, durante uma entrevista a uma emissora de TV dinamarquesa.

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