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Dupla de instrumentistas brasileiro e argentino faz shows na Europa com repertório latino-americano

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Eles se conheceram no Brasil, cinco anos atrás, e decidiram formar um duo. Desde então, o carioca Edgar Duvivier, no saxofone e clarinete, divide os palcos com Dami Andrés, violonista argentino. De passagem por Paris, eles conversaram com a RFI Brasil sobre as apresentações que fazem na Europa.  

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O carioca Edgar Duvivier (sax) e Dami Andrés (violão)
O carioca Edgar Duvivier (sax) e Dami Andrés (violão) © RFI
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Esse casamento musical entre a Argentina e o Brasil começou por acaso, quando ambos foram chamados para uma apresentação. “Eu estava no Rio de Janeiro e fomos convidados para fazer um trabalho juntos de poesia. E você sabe, sempre tem um violão na casa dos brasileiros. Eu toquei uma do Astor Piazzolla, o Edgar gostou e não paramos mais de tocar juntos”, lembra Andrés. “O Edgar é um cara que se interessa por outras culturas, eu também. Ele gosta de música da Argentina. Eu me interesso muito pela música do Brasil e ambos gostamos também de clássico”, completa, sobre as afinidades musicais da dupla.

Entre outros clássicos da música brasileira e sul-americana, a dupla interpreta Canto de Ossanha, de Baden Powell. “A gente escolhe as canções que ficaram para sempre. O grande valor da cultura é a miscigenação, a mistura de influências de toda a parte. Essa música do Baden e do Vinícius de Moraes é um afro-samba, mostra a influência da música negra e do candomblé para o samba. Mas a gente também gosta do [Astor] Piazzolla e da influência do jazz no tango”, explica Duvivier.

Versões próprias

Após shows nas regiões francesas da Bretanha e da Champagne, além de Paris, onde se apresentaram na Embaixada do Brasil, na terça-feira (11), eles seguem para a Bélgica, onde fazem concerto no dia 23 de outubro. O repertório passeia do clássico ao popular, apresentando as canções mais representativas da América, além de composições próprias. “A gente primeiro conquista o público com as músicas conhecidas e depois inclui as nossas”, diz Duvivier. “Mas mesmo nas canções mais conhecidas a gente coloca o nosso ritmo, faz improvisações, é a nossa versão”, afirma Andrés.

Para essas apresentações, o músico optou por um violão de oito cordas. “Foi pura sorte. Eu estava procurando um de sete cordas, que é muito comum para o choro, no Rio de Janeiro, e achei este de oito e pensei: 'Por que não?' É um violão folclórico da Rússia, não sei como foi parar no Brasil”, surpreende-se. “E isso é muito bom para o duo, porque preenche mais o som. Se fosse só um violão de seis cordas ficaria faltando a parte do baixo e esse você pode tocar a harmonia e o baixo. E é muito mais fácil viajar em duo do que em trio ou quarteto”, acrescenta Duvivier.

Quanto à recepção da plateia na França, o músico conclui: “a língua a gente pode não entender, mas a música qualquer um entende”.

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